A Cruz proibida...
Curiosa, para dizer o mínimo, essa decisão da
Justiça do RS em tirar os crucifixos de algumas repartições públicas, acatando
pedido de uma minoria fundamentalista (a julgar pelo uso que se faz deste termo
contra cristãos e outros grupos, parece que aqui se encaixa também). O que mais
preocupa não é o fato em si, que poderia ser considerado pequeno, mas pela
ideologia subjacente e pelo que prenuncia. E, é
claro, o gritante descaso com a história e a cultura brasileira.
Preocupa também
que a perseguição aos cristãos, em alguns países já aberta e violenta, começa a
chegar também ao nosso. E ficamos nos perguntando, qual seria o próximo passo
em nome do 'estado laico'? Mudar o nome das cidades com referências cristãs?
Fechar o Hospital Santa Rita? Tirar a estátua da deusa Têmis da frente do
Palácio de Justiça do RS? Impedir que o encontro de duas ruas seja chamado de
“cruzamento” ou “encruzilhada”?
Mesmo assim, percebe-se, nesta história, um grande aspecto positivo: o significante ainda possui seu significado.
Mesmo assim, percebe-se, nesta história, um grande aspecto positivo: o significante ainda possui seu significado.
Contrariando a
lógica anti-logocêntrica, onde se constrói o significado a partir do
significante e não o contrário, concluímos que a cruz e seu significado
continuam bem claros e vívidos. Do contrário, em vez de retirada, ela poderia
ter sido apenas ressignificada. Aquele homem de braços abertos poderia
representar o trabalhador sofrido na luta contra o monstro do capitalismo. Ou
então o que se sente discriminado em sua luta, até mesmo sendo ‘crucificado”
para impor sua vontade pela lei, uma espécie de ditadura da minoria. E outras
polissemias. Apesar de haver distorções - pois alguns vêem a religião cristã
apenas como um conjunto de leis morais -, a cruz, o significante, continua
ancorada em seu significado cristão e em princípios que permanecem imutáveis.
Jesus Cristo já
nos preveniu de que precisaríamos tomar nossa cruz para o seguir. Portanto, a
cruz é retirada das paredes, mas permanece sobre nossos ombros. Apesar de que,
para quem tem fé, ela não parece tão pesada assim. Ao contrário, é carregada
com a alegria de poder viver amparado por um Salvador cujos princípios são
pioneiros na luta por igualdade, justiça, respeito, ainda que na prática
existam erros. O fato é que os cristãos seguem firmes, enfrentando as milícias
legalistas da "cristianofobia" com o que Jesus mais pregou:
tolerância, amor e firmeza no que se crê.
Pois os significantes até podem ser retirados da parede. Mas o significado, este sempre permanecerá na vida. E no coração.
Pois os significantes até podem ser retirados da parede. Mas o significado, este sempre permanecerá na vida. E no coração.
Pastor Lucas André Albrecht
Capelão geral da Universidade Luterana do Brasil –
ULBRA
Tenham todos um ótimo
sábado.
Fiquem com Deus.
Diego Elias Neumann
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