sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O Conto do Reino Encantado da Igreja


O Conto do Reino Encantado da Igreja.


Era uma vez o Reino Encantado da Igreja, um Reino bonito e alegre. Lançou-se a convocação para que todos os membros desse Reino se reunissem para tratar de um assunto muito sério, o chamado de um novo pastor, pois o reino estava vacante. Em polvorosa resposta, chegaram de todos os cantos, as mais diversas pessoas para participarem da importante escolha. Uns já decididos; outros sem saber o que fazer direito ali; alguns com dúvidas e também havia aqueles pensativos, porém todos preocupados com a situação na qual o Reino se encontrava. Resolver logo o problema era o intuito de todos.
Logo que a Assembleia iniciou-se, burburinhos e conversas, as vozes se misturavam em som de mil sem chegar a nenhuma conclusão. Até que um jovem senhor, chamado Luís Intento, deu a seguinte sugestão:
– É preciso montar o perfil do pastor! Para que possamos escolher melhor quem nos atenderá e se encaixará em nosso Reino. – Foi aceita com alegria a proposta do jovem senhor.
Já que essa sugestão serviu para acalmar melhor o povo que ali se reunia, e colocar logo a maioria a pensar com seus botões, o primeiro a se manifestar foi o Zeca Coralino, amante das artes:
– Eu acho que precisamos de um pastor que seja bom músico! Precisa tocar pelo menos violão e órgão. Reger o pequeno coro de nosso Reino e também puxar o canto em dias de culto. – A maioria concordou com acenos de cabeça.
Chico Boleiro não perdeu a chance:
– Também não seria interessante se o novo pastor fosse bom em esportes. Isso é necessário para que consiga trazer os jovens para a igreja, e também para as reuniões de jovens, poucos participam atualmente. Só assim para reanimar os mais novos a participarem. – Se alguém não concordou com a sugestão, ficou quieto.
Algum tempo de reflexão nas palavras de Chico Boleiro e o próximo se manifestou, era Manoel Feitor, e disse com ar sério:
– Todos sabem do nosso patrimônio, a estrutura do templo, casa pastoral, jardins e carro. Seria bom um pastor que cuidasse disso tudo com carinho. Podemos encaixar no perfil que nós almejamos um pastor que tenha habilidades de eletricista, jardineiro, pintor, um pouco de pedreiro para reparos rápidos e, se possível, mecânico, seria bastante útil para economizarmos um pouco. – Só faltaram as palmas dos que estavam presentes, esta sugestão para o perfil do pastor quase foi a melhor do dia se o Álvaro Prático não tivesse dado uma dica muito importante.
– Gente! Precisamos de um pastor experiente, de preferência formado em alguma outra faculdade. Também, seria bom, se falasse outro idioma. – E foi a próxima fala que o povo do reino adorou – Todos vocês sabem como está a situação de nosso reino, o tesouro real não anda lá essas coisas, por isso, o ideal no perfil do novo pastor, é que ele aceite receber um soldo menor do que pagávamos para o nosso pastor anterior. – As pessoas concordaram sem pestanejar.
O perfil do pastor, tão desejado por todo o Reino Encantado da Igreja, estava ficando perfeito. Não faltava mais nada para escolher os nomes que se encaixavam no perfil e assim, pudessem mandar o real convite para o escolhido da maioria. Todos estavam satisfeitos, ou melhor, quase todos. Sentado lá no fundo, prestando bastante atenção na conversa, João Sensato levantou-se devagar, foi até a frente da Assembleia, pediu a palavra e fez uma simples pergunta, antes de sair e deixar, agora todos, pensando com seus botões:
– Não teria como encaixar nesse perfil um pastor que também pregue a Palavra de Deus e administre os Sacramentos como Deus ordenou?
Silêncio no Reino.

*Isto é uma história de ficção, qualquer semelhança é mera coincidência.

Elber Leomir Schreiber, teólogo luterano.

Tenham todos uma ótima sexta-feira.
Fiquem com Deus.
MIX.

Um comentário:

Aline Neumann disse...

Isso deveria ser relembrado aos membros, pelo menos, uma vez por ano! Muito bom e real.